O Andar Que Cura
O que nos move, o que nos motiva a fazer o bem, será amor ao próximo? Às vezes penso que é por vaidade, satisfação do ego, projeção pessoal. Essa pergunta me inquieta: qual a motivação de cada um?
Sei que o amor de Deus nos constrange, que somos eternos devedores, e nada do que fizermos será suficiente para se igualar ao preço que foi pago por nossas vidas. E isso nos move, mas será que todos, ao longo de sua caminhada, continuam sendo movidos por esse amor, ou outros desejos e intenções começam a guiar os corações? "Ele te declarou ó homem o que é bom e o que requer de ti: que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com teu Deus”. Mq 6.8
Isso fala de fazer o bem e andar em humildade diante de Deus e do próximo.
No Salmo 82, Deus nos declara que "somos deuses, somos todos filhos do Altíssimo".
Significa que somos representantes do Senhor. Como chegamos diante de alguém com necessidades: como deuses, olhando o outro como inferior, ou como um igual, também sendo filho do Altíssimo?
Começamos como eternos devedores, movidos de grande paixão na prática do bem, sendo solução para o próximo, com vida dedicada a serviço do Reino. É esperado que destaque e reconhecimento acabem vindo por consequência. Nessa hora, a vaidade pode fazer nos sentirmos como deuses, falsos deuses.
Para sermos igual a Ele, devemos ter a sua natureza, os seus atributos dentro de nós, que são amor, graça, misericórdia, bondade. É o amor que não se ufana, que não se ensoberbece.
No próprio Salmo 82 Deus declara: "fazei justiça ao fraco e ao órfão, procedei retamente para com o aflito e o desamparado. Socorrei o fraco e o necessitado, tirai-os das mãos dos ímpios. Eles nada sabem, nem entendem; vagueiam em treva”.
Quando o Senhor diz que somos deuses é isso que ele requer de nós: atender, socorrer e apontar a direção a seguir, acompanhando nos primeiros passos.
E quanto à vaidade, deixaremos ela nos dominar? Resistiremos a ela como Deus resiste ao soberbo? Ou voltaremos à essência do primeiro amor?
"Se eu, no coração contemplara a vaidade o Senhor não me teria ouvido. Entretanto Deus tem me ouvido e me tem atendido a voz da oração. Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça." Salmo 66.18-20. Esse é o amor que cura!

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