Mais do mesmo é aprendizado
Estava fazendo algumas comparações entre diversas versões do mesmo texto de Filipenses, quando algo me saltou ao entendimento: Mais do mesmo pode não ser inovação, mas sim aprendizado! Não traz desgosto para quem ensina e é segurança para quem aprende. Outro nome para “mais do mesmo” pode ser constância, aprimoramento, treinamento dos fundamentos e repetição para a perfeição.
Paulo se dirige assim aos Filipenses: “Nunca me canso de repetir uma e outra vez o que já vos tenho ensinado, ao contrário, isto faço para proteger a vossa fé”. - Fp 03.01.
Essa é uma prática madura entre aqueles que ministram a Palavra e que são encarregados do ensino e de uma doutrina sadia. A partir de um compromisso com a prática da Palavra, que não é contaminada pela religiosidade e nem vive de novidade em novidade. “Sempre aprendendo, mas nunca chegando ao conhecimento da verdade”. 2 Tm 03.07.
Já pensou se cada vez que alguém viesse à igreja, houvesse uma mensagem completamente diferente? Isso satisfaz os ouvidos, mas não alcança a vida. Desse modo, não se aprende sobre a novidade a tempo de colocá-la em prática e não se absorve um novo entendimento sobre o tema começado.
Quando o ensino se dá dessa forma, a Palavra deixa de ser semente, para tornar-se um fruto maduro que é logo devorado. Ele não exige um processo paciente de regar e cuidar, não sendo possível saborear a alegria do descobrimento e nem a graça do crescimento.
Seria como alguém que deseja chegar a determinado lugar e cria uma trilha para isso, passando por arranhões e várias dificuldades. E em outra ocasião, tendo o objetivo de chegar ao mesmo local, ao invés de utilizar a trilha já criada, faz uma nova trilha, passando pelas mesmas dificuldades anteriores. Isso pode gerar novidade, mas não gera aprendizado e crescimento. Se você não “trilhar a trilha”, a mata se fechará novamente.
Diziam os jesuítas que “a repetição e a correção até a exaustão levam a perfeição”. No MBCV, ruminamos a Palavra, meditando sobre ela e espremendo-a até o sumo. Assim, temos a segurança de fornecer alimento sólido e não “fast food”. Não é algo para encher o intelecto apenas, mas para rechear a vida com princípios, práticas e propósitos. Insistência e perseverança, em um discipulado verdadeiro, geram frutos que permanecem.

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